quinta-feira, 21 de julho de 2016

Preso morre enforcado em trave de futebol na Penitenciária de Alcaçuz

Bruno Hallys de Andrade Coutinho (Foto: Sejuc/Divulgação)
Bruno Hallys de Andrade Coutinho
(Foto: Sejuc/Divulgação)
Um detento morreu na tarde desta quinta-feira (21) dentro da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, maior presídio do Rio Grande do Norte. Segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania, Bruno Hallys de Andrade Coutinho foi encontrado com uma corda amarrada no pescoço, dependurado numa trave de futebol na quadra do pavilhão 2. Alcaçuz fica em Nísia Floresta, cidade da Grande Natal.
A morte de Bruno é semelhante a que aconteceu em março, quando o interno André Carlos Silva de Limeira, de 28 anos, mais conhecido como 'André Pé Seco', também foi encontrado dependurado numa trave de futebol. O caso aconteceu justamente na quadra do pavilhão 2, hoje dominado por uma facção criminosa que se originou nos presídios da Paraíba.
Bruno havia fugido da própria Penitenciária Estadual de Alcaçuz em abril de 2015. Na ocasião, 35 detentos conseguiram escapar por um túnel. Recapturado no início deste ano, ele cumpria pena por roubo. Zemilton Silva, coordenador de Administração Penitenciária, ressaltou que somente a perícia poderá atestar se o preso cometeu suicídio ou se foi vítima de assassinato. A Sejuc também informou que um procedimento administrativo será instaurado e a Polícia Civil vai investigar o caso.
16 mortes em 2016
Com a morte registrada nesta quinta, chega a 16 o número de presos encontrados mortos dentro de unidades prisionais do Rio Grande do Norte somente em 2016.
Ano passado, 28 homens morreram dentro de unidades carcerárias do RN. Deste total, 25 foram assassinados a facadas ou encontrados enforcados (mortos em condições suspeitas). Outros dois morreram soterrados após o desabamento de um túnel na Penitenciária Estadual de Alcaçuz. Ainda houve o caso de um adolescente que foi morto ao ser baleado em uma unidade para cumprimento de medida socioeducativa durante uma tentativa de resgate no Ceduc de Caicó. Os números são da Coordenadoria de Análises Criminais da Secretaria Estadual de Segurança Pública.
Sistema em calamidade
O sistema penitenciário potiguar não passa por um bom momento. E faz tempo. Em março de 2015, após uma série de rebeliões em várias unidades prisionais, o governo decretou estado de calamidade pública e pediu ajuda à Força Nacional. Para a recuperação de 14 presídios, todos depredados durante os motins, foram gastos mais de R$ 7 milhões. Tudo em vão. As melhorias feitas foram novamente destruídas. Atualmente, em várias unidades, as celas não possuem grades e os presos circulam livremente dentro dos pavilhões.

Fonte: G1 RN

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